Páginas

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Nós somos grandes mentirosos - em homenagem a Federico Fellini

Meu amigo Zechin, grande poeta, escritor e ser humano, escreve o seguinte poema:

Eu não entendo as palavras escritas
As palavras faladas me são inaudíveis
Eu só entendo o silêncio
A linguagem das pedras e raízes
Eu não sei como algo pode
Parecer o que não é
As imagens oníricas dos espelhos
Eu não sei como chegar ao inatingível
Nós somos o que escondemos
Eu pertenço aos meus segredos.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

As crianças da Praça da Sé

Naquele banco há uma
Mancha.
Disforme, em meio à inocência e à cola,
Ela ri
O riso dos famintos,
O riso sujo
Nosso de cada dia.

Crianças criadas
Pela rua,
Crianças crescidas,
Não nascidas,
Crianças mortas
No ventre nosso.

Poema da tua ausência

Um poema de amor na tua
Ausência
É mostrar a dor nua com
Inocência.
É falar dessa dor que não
Sinto
E que me dói por não
Senti-la.
Será essa uma mentira
Inacabada?
Será essa dor insuportável
Incapaz de sentir-se?

Um poema de amor na tua
Ausência
É uma vã tentativa
De te ver ali, imóvel,
E de te amar na sombra
Que ficou em mim.

O seu lado na cama

O seu lado da cama ainda está quente.


Permanece o seu cheiro adormecido


Nas entranhas do cobertor,


Qual uma pequena brasa


De amor contido.



Não sei se tentei tudo o que podia,


Mas era o que podia.



Eu ainda o procuro



Como se fosse um pássaro


Na imensidão da minha floresta.



Eu ainda o procuro

Dentro de mim